A vida sexual também é afetada pelo isolamento social, podendo apimentar ou esfriar o comportamento sexual de muitas pessoas.
A pandemia da COVID-19 tem afetado muitas coisas. A economia, o viver em sociedade e também,a vida sexual das pessoas. Afinal,contatos físicos não são recomendados.
Então, como fica a vida sexual durante a pandemia?
1. Se estamos falando sobre sexo eventual, a orientação é simples: não rola, sem chance, esquece, porque o novo corona vírus pode ser transmitido pela saliva. Portanto, o beijo entre pessoas eventuais não deverá acontecer, como temos visto nas orientações da OMS. Quanto ao contágio pelo sêmen ou pela secreção vaginal, ainda não há evidências científicas.
Ou seja, graças a esta pandemia, o ato sexual entre parceiros que não sejam fixos, representa hoje uma ameaça à saúde de ambos. Não é o momento para procurar novos companheiros sexuais, pois isso aumenta o risco de contaminação.
Observa-se que houve aumento do consumo de pornografia, dos “jogos virtuais”, do sexting e da masturbação, sobretudo para as pessoas que estão sozinhas. isso é natural e até esperado.
2. Se o casal é estável e mora na mesma casa e estão fazendo o isolamento juntos, em tese, o sexo é seguro.
Vale lembrar: as chances só são reduzidas se nenhum dos dois estiver sob suspeita.
Orgasmo aumenta a imunidade, dra Joana?
Um paciente me perguntou…
Trata-se de benefício para a imunidade à medida em que o orgasmo aumenta os níveis de dopamina, endorfina, serotonina e ocitocina, elementos químicos liberados durante o ato sexual que ajudam a aliviar a tensão, trazendo sensação de prazer e felicidade, ajudando a reduzir os níveis de estresse (pela baixa do cortisol, o hormônio do stress, presente nos momentos de ansiedade e angústia como os vividos com a pandemia).
Desse modo, com esses hormônios do bem atuando, tendemos a ficarmos mais protegidos,tendo reforço de nosso sistema imunológico.Também temos o nível de glóbulos brancos aumentado no sangue, 5 minutos antes do orgasmo e 45 após, causando benefícios.Também são responsáveis por combater vírus e bactérias.MAS, NÃO É PARÂMETRO DE PROTEÇÃO, NÃO É MEDIDA PROFILÁTICA.
Desse modo, transar e dessa transa obter e oferecer prazer, tendo o orgasmo como resultado, tem-se a melhora do humor, da qualidade do sono, dentre outros benefícios, mas isso não vai melhorar a imunidade em nível suficiente para protegê-lo do covid 19.
A PANDEMIA VAI TESTAR A INTIMIDADE DOS CASAIS. OS DIVÓRCIOS VÃO CRESCER.
Um dos efeitos colaterais do coronavírus e do isolamento social decretado para contê-lo,levaram ao aumento dos pedidos de divórcio na China. Esse é um dos impactos da doença e dependerá de como está seu nível de relacionamento, a profundidade de sua relação afetiva/conjugal para o seu casamento ficar melhor ou o contrário.
A quarentena pode ter desencadeado situações em casais:
-Que já tinham questões quanto a continuarem juntos
-Que já tinham problemas, mas tentavam ignorá-los e,
-Muitos casais tomarão decisões que estavam pendentes, adiadas, mas ainda não processadas para romper a relação.
Estudos sugerem que:
-20% dos casais que foram confinados, romperão o relacionamento após a quarentena,devido ao desgaste ou desapontamento anterior em relação à gestão da crise entre eles.
-Os outros 80% estão divididos entre uma minoria que se tornará mais forte.
-O resto dos casais poderão recuperar gradualmente suas relações amorosas, em alguns casos com terapia.
E tudo isto porque o confinamento gera tensão, frustração, ansiedade e desconforto psicológico que não são facilitadores da sexualidade. Em meio à pandemia, o sexo pode ser um jeito poderoso para aliviar o estresse e a ansiedade advindos da quarentena.
A situação é atípica para o mundo. Tudo parece estar em câmera lenta. Mas, houve a promoção do contato intrapessoal e interpessoal. A questão que fica é: você está aproveitando essas oportunidades que a quarentena está propiciando? Ou seja, tem partilhado momentos de prazer com os seus? E sobretudo, tem se divertido, está vivendo bons momentos em família e, principalmente, tem transado gostoso?
Quanto aos casais que estão juntos em casa, podem aproveitar para passar um tempo de qualidade, de descoberta do outro, de criação de novos hábitos e de exploração da criatividade para dar resposta a uma situação tão trágica.
Alguns casais podem sair mais fortes desta crise, outros sairão mais fragilizados, depende do funcionamento anterior e isso tem a ver ao modo como já se dava essa vida conjugal, ou seja, como estavam vivendo antes da pandemia do covid-19.
A incerteza tem sido a nossa companheira,dia e noite. As preocupações só aumentam e com elas, perdemos o sono, temos o nosso apetite alterado, o humor, a paciência, o luto vivido por conta das perdas que vão sendo anunciadas(materiais e humanas)… e tudo aquilo que nos faz tirar o foco, a concentração, saímos da trilha daquilo que já tínhamos, em tese, planejado, planilhado para o futuro.
O estresse ao qual estamos submetidos nesses dias, inevitavelmente, traz uma dose expressiva de ansiedade e em certos casos, pode provocar reações mais intensas, como pavor em função das incertezas em relação ao futuro. São perguntas normais que as pessoas vêm se fazendo cotidianamente: Vou contrair a doença? Como posso me proteger e a minha família? O que é, efetivamente, mais indicado? O que vai acontecer com todos nós? Devo viajar? E meu trabalho?
Como as pessoas se relacionarão após a pandemia? Será que vão parar de se apaixonar? O movimento “ficar” praticado pelos jovens, sobretudo, será que continuará tendo tanto volume como se viu até agora?No período pós crise do COVID-19, entendo que haverá repercussão na sexualidade, na afetividade, nos vínculos, enfim.
A pandemia trouxe mais ansiedade para uma sociedade que já estava com uma dose extra desse sentimento. Certo é que a capacidade de adaptação de cada um ao novo contexto vai ser decisiva ao nível da sexualidade. Enfim, são questões que colaboram com o aumento exponencial das inseguranças.
Você homem ou mulher, tem se arrumado? Ou passa o dia todo de pijamas, descabelados, com a depilação atrasada ou com barba por fazer? Você sabia que o desleixo com o autocuidado é um dos reflexos que o isolamento pode causar? Já que não vai sair de casa mesmo, muitos não tiram nem o pijama, não capricham em nada.
O desleixo influenciará diretamente, prejudicando o desejo sexual.Os homens são sempre os primeiros a reclamar disso: cadê aquela lingerie sexy, o cabelo cheiroso, a sedução (perfume, olhares)? E você, homem? Tem feito a barba? Usado o perfume preferido dela? Mantém uma rotina de exercício ou já ganhou peso?
Também tenho ouvido como queixa de pacientes homens, que não entendem por que suas mulheres não querem aproveitar o tempo mais livre para fazer mais sexo.
Mas, sentirão essas esposas mais tempo livre?
E aí fica a pergunta, você tem dividido igualmente as tarefas de casa e dos filhos? Você já se interessou em perguntar se ela está angustiada ou preocupada com o trabalho, com o desempenho dos filhos na escola ou com o futuro da família? Você, homem, já pensou em conversar com ela ao invés de simplesmente querer mais sexo? Sexo precisa ser uma entrega mútua… Desentendimentos nessa nova rotina acontecerão e poderá se tornar o gatilho para esfriar o fogo da paixão e superaquecer o fogo da discussão.
Serão tempos de reclusão e sensação de solidão temporários. Aproveite para criar uma rede de apoio, faça videoconferências e explore ao máximo o que a tecnologia pode oferecer para minimizar as consequências desse período de isolamento social. Uma hora vai passar, mas precisamos nos cuidar agora para evitar consequências piores.
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